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TÃO FÁCIL QUANTO TIRAR A CAMISA DO CABIDE E TÃO COMPLEXO QUANTO OPERAR EM COLETIVO

"Tão fácil quanto tirar a camisa do cabide e tão complexo quanto operar em coletivo" é um conjunto de três performances pensadas a partir da construção de objetos-vestíveis que remetem a camisa social. A camisa social, elemento bastante recorrente na trajetória do Coletivo UN, tem uma relação bastante importante com a ideia de adequação e adaptação estética, no sentido de que é um elemento frequentemente utilizado para unificar, tornar padrão. "Vestir-se para o social" soa como uma proposição para que se suprimam as expressões de individualidade e subjetividade a partir das vestes para que o indivíduo se adeque em um campo comum, falsamente homogêneo. Existe um quê de unicidade que essa peça social sugere, tensionando e moldando o indivíduo ali vestido. Em cada uma das três ações, os artistas experimentam um conjunto diferente destes objetos-vestíveis, nos quais o distanciamento entre os corpos vai cada vez mais se estreitando - existindo apenas pela dimensão que a própria matéria das camisas permite. Estabelecendo relações de simbiose e colaboração, essa poética serve para pensar a partir de três cabeças - ou três corpos? - que buscam coexistir de forma sensível através da exploração dos limites e possibilidades de movimentos, formas, distanciamentos e acordos. Ainda, em busca de equilíbrio, os três corpos, conectados, movimentam-se enquanto um só, e as camisas se tornam objetos que recobrem esses corpos para uma experimentação que é metáfora para as relações interpessoais.

Registro por Gabriela da Cunha.

09 dez 2021 
Performance ao vivo na mostra Multiplicidade não tem sujeito nem objeto, no Centro de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho, em Caxias do Sul/RS.
Projeto contemplado na Convocatória de Arte UAV - Caxias do Sul, 2022.
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